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11 de set. de 2010

Poucas mulheres no RPG


Bem, vamos lá começar logo o que eu tenho pra dizer a vocês.

Estava eu em um dia desses no MSN, sem fazer nada, quando me aparece meu caro amigo Mr. Red perguntando se eu não gostaria de escrever algo. Eu claramente aceitei, não sou do tipo de pessoa que foge de uma proposta assim. E então ele sugeriu um tema deveras interessante: “Porque existem poucas mulheres no mundo Rpgístico?”

Desde então estou pensando sobre o assunto. Na verdade irei confessar que foi uma pergunta intrigante que vem me tirando o sono desde então (pura mentira isso, apesar de estar com uma baita crise de insônia, não é por esse motivo. hehe). Mas essa é uma pergunta que faço a todos que aqui visitam. Por que raios existem poucas mulheres, digo isso em comparação ao número de homens no mundo Rpgístico?
Inúmeras teorias surgem a minha mente, mas também consultei algumas outras pessoas que deram suas opiniões sobre, logo abaixo vou citar algumas:




1- O RPG é complicado demais para a mente feminina.
OBS: Isso foi dito por uma mulher.

2- As mulheres não se interessam por esses joguinhos bobos e infantis.
OBS: Isso também foi dito por uma mulher.

3- As mulheres só querem saber de fofocas, salão de beleza e compras no shopping.
OBS: Acreditem isso também foi dito por uma mulher.

4- Mulheres não se interessam por jogos de aventuras, mistérios e porrada.
OBS: Também foi dito por uma mulher.

5- Devido a uma sociedade patriarcal e paternalista, o RPG assim como outros jogos em primeira instância foram criados para o mundo masculino. Eis o fator cultural que está arraigado na sociedade. Querendo ou não poucas mulheres no mundo do RPG são discriminadas pelas outras mulheres e pelo restante dos homens que não fazem parte do meio.
OBS: Essa teoria é minha.

Parando um pouco de citar, vamos pensar aqui comigo.

De uma forma simplória vamos definir o que é RPG. Nada mais é do que a interpretação de personagens dentro de um cenário, seguindo um roteiro com o suporte de regras. Então partindo dessa definição podemos dizer que o RPG já existia na antiguidade com o Teatro Grego. Onde somente os homens podiam participar. Novamente venho defender que o número de mulheres no mundo Rpgístico e nada mais do que culpa da cultura.

Não pensem caros leitores que esse texto está sendo escrito por algum homem. Muito pelo contrário… Eu sou uma mulher que se encontra no mundo RPGístico desde 1998.

Analisando um pouco a minha postura e criação venho dizer que mesmo a cultura sendo uma grande influenciadora na formação de personalidade de um indivíduo, nessa parte ela não me privou.

Fazendo uma análise, as mulheres culturalmente são criadas para serem donas de casa e mães de família. Uma parte disso também se dá ao fato das mulheres amadurecerem mais rápido que os homens. Eis a questão, amadurecer não quer dizer que precisemos “matar” a imaginação.

Ter imaginação e criatividade não quer dizer que sejamos menos mulheres, menos maduras.

Muitas mulheres optam por essa “morte” para poderem seguir suas vidas.

Eu como mulher, com meus objetivos e metas, não deixei em momento algum minha imaginação e criatividade morrerem. Creio que um ser humano necessite dessas duas características para poderem viver com mais leveza nesse mundo tão pesado. Criado por nós mesmos.

Com o RPG podemos ser o que quisermos, sem medo, sem amarras, mas ainda sim seguindo regras. Pois as regras infelizmente se fazem necessárias.

Então deixo um convite aqui para todas as mulheres que por medo ou por algum outro motivo se afastaram de sua imaginação.

Deixem fluir. Isso não a fará menos mulher.

Finalizando a parte feminista do assunto (hehe) e colocando de uma forma mais geral, muitos amigos fazem questão de trazer amigas, irmãs, primas, namoradas, esposas, para o meio do RPG. Isso é fantástico, pois existe uma melhor interação entre todos. Imaginem aqui comigo se só existissem jogadores homens em uma aventura???? Tá, tudo bem que a aventura se desenvolveria tranquilamente, mas é sempre bom ter uma companhia feminina não acham? A aventura fica mais divertida. E como eu disse anteriormente, não existem limites no RPG, o único limite é a imaginação. E convenhamos, a imaginação humana é infinita.

O RPG é um divertimento para todos, sem distinção de sexo, opção sexual, credo, raça, política e idade.

Todos nós já “brincamos” de RPG uma vez na vida… Quem nunca brincou de policial e bandido? Quem nunca inventou histórias com os bonecos e bonecas? Quem nunca brincou de casinha, de médico, e de tantas coisas que necessitam da imaginação?

Atire a primeira pedra quem nunca o fez.

Mas quando crescemos deixamos essa nossa parte criança trancafiada a sete chaves bem no fundo de um baú no fundo de nossa mente. E fazemos de tudo para não escarpar.

É por isso que a grande maioria dos adultos é frustrada e infeliz. (hehe, não que o RPG solucionará os problemas de alguém, mas eu garanto que o RPG tornará a pessoa mais leve e mais apta a resolvê-los).

Mas não quero entrar no papel que o RPG desenvolve na parte psicológica.

Quero apenas deixar aqui um relato para quem quiser ler é claro.

Viva ao RPG, o grande unificador.

3 comentários:

  1. Uau, muito bom o texto, gostei ^^

    Mas discordo da parte que as mulheres amadurecem antes dos homens. Acho que o que acontece, em muitos casos, é que a menina, desde cedo, é coagida a ser submissa, a não ter opiniões (ou pelo menos não dá-las), a obedecer, a ficar em casa, etc. então, quando chegam à puberdade, elas ficam mais reclusas, mais caladas e já sabem cuidar da casa, cozinhar e cuidar de crianças, mas isso não significa que são mais maduras, apenas que foram "forçadas" a seguir um comportamento maduro.

    Fora isso, acho que está muito bom.
    Viva o rpg!

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  2. Jack Waters, o que ela relatou no texto sobre a mulher amadurecer mais rápido não tem relação com a postura que ela é coagida a assumir perante a sociedade nem mesmo com o tipo de diversão escolhida para os momentos de distração.
    Uma mulher que assume a responsabilidade de uma casa, por exemplo, não pode ser considerada madura. Existem outros critérios para afirmar que alguém é ou não madura(o). Quanto ao homem... se existe diferença ou não vou descobrir. Vou escrever sobre isso quando voltar de viagem. Você me lembra disso Nyx?!

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